Uma vida normalíssima

Uma vida normalíssima

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Novidades

Sei que passo pouco tempo no Blog, mas a minha vida anda muito agitada (mais do que o costume!). Antes de mais nada deixem-me dizer-vos que pequena Sushi está bem e recomenda-se :) Ainda não foi desta que a malandrinha se livrou de nós (graças a Deus!). Ela bem tenta... atira-se de escadas, come chocolate negro... mas para bem ou para o mal saiu-lhe uma dona hipocondríaca que, ao mais pequeno soluço, corre com sua alteza para o veterinário. Normalmente o L. acha sempre que estou a exagerar, mas desta vez teve mesmo que dar a mão à palmatória porque se não fosse pela minha aflição, já não teríamos a nossa menina. À parte de toda esta tentativa de coma diabético, pequena pulga tem-se portado lindamente na casa nova, sai para passear 2 a 3 vezes por dia, não rói nada, xixis e cócós, esses alguns fora, outros dentro, mas nada de novo. Acha um piadão a ouvir cães a ladrar constantemente pois onde vive a minha mãe não se ouvia viv'alma. E eis que está com o cio pela primeira vez, o que é um regabofe, pois se até agora não ladrava, agora é ladrar, é uivar, é ferrar nas pessoas que vão na rua (claro que aqueles dentinhos são uma espécie de cotonetes). Fica elétrica sempre que lhe dizemos "vamos passear?" e anda cada vez mais apaixonada pelos brinquedos. Creio que por serem a sua companhia nas 11h que passamos fora de casa (esta é a pior parte!).
 E agora a vida a dois? - perguntam vocês. Pois que diz que é linda e maravilhosa, tudo romântico, amor todos os dias, dormir agarradinhos e mimimimi. Não é, não. É difícil, amiguinhos, é muito difícil. São as saudades de minha casa, da minha mãe, do meu irmão (ai tantas!!!), da roupa lavada e passada, da D. Conceição três vezes por semana, das contas pagas. Nos primeiros dias quase nos matávamos. Caímos ali (tal como queríamos) e de repente demos por nós a perguntar se fizemos o correto, se calhar apressá-mo-nos, vai na volta ainda era cedo, lavas tu a loiça? Arruma as malas... hoje vêm os teus pais, mas depois vêm os meus mais vezes... Deus do Céu, pensei que ia deitar tudo ao ar e virar costas. Mas felizmente tenho o homem da minha vida ao meu lado, essa é a minha maior certeza. Felizmente, e apesar de todas as dúvidas, basta ele olhar-me nos olhos para eu perceber que é ele, a minha vida e minha maior certeza, o amor ao fim do dia e o "vai ficar tudo bem". Porque vai. Afinal de contas isto nunca foi fácil. Não foi fácil com ninguém mas é assim que se começa. E agora chego ao final do dia ansiosa por ir para a minha casinha, abraçar o meu homem, planear o que fazer para o jantar, dar uma caminhada e ver televisão até adormecermos agarradinhos. Porque o amor é mesmo isto. A rosa e os espinhos, o sorrir e o chorar, o sofrer em conjunto, o dividir as alegrias e os lucros. E o amor é tão melhor do que viver em casa dos pais! 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Envenenamento por chocolate

Ontem recebi uma amiga minha em casa. O L. foi à dispensa buscar chocolate negro 74% cacau e comemos os três um bocadinho. Meia pasta ficou em cima do sofá esquecida quando saímos de casa. Quando cheguei, meia hora depois, descobri que a Sushi a tinha comido. Assim mesmo, metade de uma pasta. Por minha culpa. Por minha distracção. Começou a vomitar quantidades industriais, a tremer por todos os lados e eu corri com ela para o veterinário. Diagnóstico: Envenenamento por chocolate. Eu já tinha conhecimento de que o chocolate era prejudicial para os cães, mas nunca pensei que pudesse ser letal. Acontece que o chocolate tem uma substância, a teobromina, que mata, se este for consumido em quantidades elevadas. E quanto mais negro for o chocolate, pior. Ora a minha cadela pesa 3.400kg, é frágil e pequena e eu desatei a chorar quando ela me disse que o estado dela era muito grave. Não preguei olho a noite toda e o L. teve que ficar comigo porque eu não me conseguia acalmar. Só chorava, só dizia que não imagino a minha vida sem a minha menina, e a minha consciência? Não queiram saber. Sei que não foi propositado, mas eu devia ter tido cuidado. Vim para casa às 4h da manhã, sabendo que a Sushi estava ali, à beira da morte, com 41 de febre e batimentos a 320 à hora. Que a qualquer hora podia ter uma convulsão, podia morrer. A minha menina. Horas antes estávamos a brincar no sofá, ela a encher-me de beijinhos e o L. a dizer quer éramos as duas as princesas dele. E de repente o meu mundo estava a cair-me todo à frente e eu não podia reverter a situação. Escusado será dizer que roguei pragas a todas as entidades divinas, que prometi nunca mais ter animais, que prometi nunca mais comer chocolate na minha vida. Hoje de manhã a primeira coisa que fiz foi ligar à veterinária, a tremer de medo por ela me poder dar más notícias. Felizmente, a Sushi está a estabilizar. A minha guerreira está a conseguir combater aquela maldita substância, e a médica disse que até a nível cardíaco já está mais calma. Que não teve convulsões, o que é um bom sinal. E eu aqui a contar as horas para que saia do período mais crítico, para que haja uma luz que me diga que não, que ela não me vai deixar e eu vou continuar a ser a mami mais feliz do Universo.