Uma vida normalíssima

Uma vida normalíssima

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Hoje era daqueles dias

em que ia bem para casa. Em que fazia uma odisseia daquelas com a S. Livros, passeio, café e gargalhadas. Às vezes - todos os dias -, dou por mim a questionar a razão pela qual passo tanto tempo a trabalhar. Por que raio fui aceitar um trabalho só porque sim, porque precisava de dinheiro, sem pensar que esse mesmo trabalho podia proporcionar-me anos infelizes. Um ano e meio infeliz, já. Um ano e meio de dias inteiros desperdiçados a pensar no quanto os outros são felizes, no quanto os outros têm tempo livre e sonhos realizáveis. Um ano e meio a aperceber-me de que não estou aqui a fazer nada, senão a ver a minha vida a esfumar-se com o meu consentimento. E depois o peso na consciência. Afinal... eu tenho trabalho, certo? Eu até ganho razoavelmente. Eu até tenho casa arrendada com o meu amor. Sabem... é tudo tão relativo que me assusta. Hoje eu daria tudo para não ter trabalho, para poder estar livre para procurar algo de que goste mesmo de fazer. Passar tempo com as minhas amigas, a minha afilhada, conhecer melhor a minha cidade. Ao invés, conto os dias para o fim de semana, já que a semana o único tempo que resta é para fazer o jantar, lavar a loiça e namorar um bocadinho. Oh pá!

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